Encantado



A palavra "encantado", do latim incantatus, designa algo que é ou foi objeto de encantamento ou de feitiço mágico. Encantado é também sinônimo de maravilhado, deslumbrado ou fascinado e também uma expressão de cumprimento social. No Brasil, encantado tem ainda outros sentidos. O termo se refere às entidades que pertencem a modos de percepção do mundo afro-indígenas. Os encantados, animados por forças desconhecidas, transitam entre céu e terra, nas selvas, nas pedras, em águas doces e salgadas, nas dunas, nas plantas, transformando-os em locais sagrados. São seres que atravessam o tempo e se transmutam em diferentes expressões da natureza. Não experimentaram a morte, mas seguiram em outro plano, ganhando atribuições mágicas de proteção e de cura. Deste modo, as ações predatórias que ameaçam a vida na Terra, a destruição sistemática das florestas, dos rios e dos mares impactam também a existência dos Encantados. Não há como separar os encantados da natureza ou a natureza desses seres. Como encantar nossos medos e nos colocarmos no coletivo, próximos uns dos outros? Como encantar o que nos cerca, imagens, danças e paisagens e transformá-las em nossos corpos e ideias? Como entrar em encantamento e nos acoplarmos, nós e o ambiente, em arranjos variados e ir ao encontro dos seres viventes em toda a sua diversidade?

Ficha técnica

Criação e direção:

Lia Rodrigues

Dançado e criado em colaboração por:

Leonardo Nunes, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Da Silva, Larissa Lima, Ricardo Xavier, David Abreu, Tiago Oliveira, Raquel Alexandre. Também dançado por Felipe Vian e Dandara Patroclo

Colaboração na criação:

Joana Castro e Matheus Macena

Assistente de criação e direção:

Amália Lima

Dramaturgia:

Silvia Soter

Colaboração artística e imagens:

Sammi Landweer

Criação de luz:

Nicolas Boudier com assistência técnica de Baptistine Méral e Magali Foubert

Trilha sonora / mixagem:

Alexandre Seabra (a partir de trechos de músicas do povo Guarani Mbya/Aldeia de Kalipety da T.I. Tenondé Porã, cantadas e tocadas durante a marcha de povos indígenas em Brasília, em agosto e setembro de 2021, contra o “marco temporal”, uma medida inconstitucional que prejudica o presente e o futuro de todas as gerações dos povos indígenas.

Produção e difusão internacional:

Colette de Turville, com assistência de Astrid Toledo

Administração França:

Jacques Segueilla

Produção Brasil:

Gabi Gonçalves/Corpo Rastreado

Produção geral da temporada Centro de Artes da Maré 2022:

Claudia Oliveira

Idealização e produção do projeto de apoio do Instituto Goethe:

Claudia Oliveira

Secretária e administração:

Glória Laureano

Professores:

Amalia Lima, Sylvia Barretto, Valentina Fittipaldi

Midia Social:

Raquel Alexandre e Dandara Patroclo com colaboração de Carolina Repetto

Assistência de produção da temporada Maré:

Ricardo Xavier, Inês Assumpção e Ayla Gabriela

Uma coprodução de Scène nationale Carré-Colonnes; Le TAP - Théâtre Auditorium de Poitiers; Scène nationale du Sud-Aquitain; La Coursive – Scène nationale de La Rochelle; L’empreinte, Scène nationale Brive-Tulle; Théâtre d’Angoulême Scène Nationale; Le Moulin du Roc, Scène nationale à Niort; La Scène Nationale d’Aubusson; Kunstenfestivaldesarts (Brussels); Brussels, Theaterfestival (Basel); HAU Hebbel am Ufer (Berlin); Festival Oriente Occidente (Rovereto); Theater Freiburg; l’OARA - Office Artistique de la Région Nouvelle Aquitaine; Julidans (Amsterdam); Teatro Municipal do Porto; Festival DDD, dias de dança; Chaillot – Théâtre national de la Danse (Paris); Le CENTQUATRE- PARIS; e Festival d’Automne à Paris.


Com apoio de FONDOC (Occitanie)/França; Fundo Internacional de Ajuda para as Organizações de Cultura e Educação 2021 do Ministério das Relações Exteriroes da República Federal da Alemanha, do Goethe-Institut e de outros parceiros; Fondation d’entrepriseHermès/França, com a parceria de France Culture.


Uma produção da Lia Rodrigues Companhia de Danças com apoio da Redes da Maré, da Campanha “A Maré diz não ao Coronavírus - projeto Conexão Saúde” e do Centro de Artes da Maré.

Lia Rodrigues é artista associada ao Chaillot-Théâtre national de la Danse e ao CENTQUATRE, França.

Agradecimentos:

Thérèse Barbanel, Antoine Manologlou, Maguy Marin, Eliana Souza Silva, equipe do Centro de Artes da Maré.


“Encantado” é dedicado ao Oliver.